Minutos de Leitura

29 11 2011

5 Minutos de Leitura

Quarta-feira,  30 de novembro de 2011

 

DIA 1 DE DEZEMBRO DE 1640

 

O Dia 1 de Dezembro é Feriado Nacional e assinala o dia da Restauração da Independência de Portugal, um acontecimento histórico que se registou no ano de 1640.

Depois de ter perdido a independência, na sequência do desaparecimento do nosso rei D. Sebastião, na Batalha de Alcácer Quibir, que não deixou descendentes diretos, o trono de Portugal foi inicialmente entregue ao seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique. Após a sua morte, em 1580, os principais candidatos ao trono de Portugal eram os netos de D. Manuel I: D. Catarina de Bragança, D. António-Prior do Crato e Filipe II (rei de Espanha).

A luta pelo poder acabou por colocar no trono de Portugal o candidato mais forte, Filipe II. Durante 60 anos, Portugal integrou com a Espanha a União Ibérica, período conhecido por domínio filipino.

Depois de aclamado rei nas Cortes de Tomar, o novo monarca comprometeu-se a respeitar a autonomia de Portugal, a manter os seus usos e costumes, a língua, a bandeira, a moeda, assim como a nomear portugueses para a sua administração.

Porém, os seus sucessores, Filipe III e Filipe IV, começaram a ignorar os compromissos e a não honrar aquelas promessas, tendo o nosso país acabado por perder efetivamente a sua independência, o que motivou um progressivo descontentamento da maioria dos portugueses.

Neste contexto, aproveitando-se de uma conjuntura interna e internacional favorável, no dia 1 de Dezembro do ano de 1640, um grupo de nobres portugueses revoltou-se contra o domínio espanhol, afastando a duquesa de Mântua, representante de Filipe IV, em Portugal.

Derrubado o domínio castelhano, Portugal voltou a ser um reino independente, iniciando-se uma nova dinastia com a aclamação do duque de Bragança, D. João IV, como novo rei de Portugal.

Depois de um período de “Guerra da Restauração”, a Espanha acabou por reconhecer a nossa independência no ano de 1668.

O novo monarca, D. João IV, proclamou solenemente Nossa Senhora da Conceição como padroeira de Portugal, um feriado religioso, com significado histórico, que é comemorado no dia 8 de Dezembro.

 

Texto selecionado pelo Grupo de História da Ancorensis

 





5 Minutos de Leitura

28 11 2011

5 Minutos de Leitura

Terça-feira,  29 de novembro de 2011

 

Teoria da extinção dos Dinossauros já era!

 

            O que teria extinguido os dinossauros, um impacto com um asteróide, ou os gases de vulcões na região da Índia? Cientistas têm nova versão sobre o assunto.

A conhecida teoria de que os dinossauros teriam sido extintos pelas consequências da queda de um asteróide há 65 milhões de anos acaba de levar um importante golpe.

Segundo um novo estudo, o impacto que formou a cratera de Chicxulub, no México, com 180 quilómetros de diâmetro, não levou à extinção em massa no fim do período Cretáceo, quando desapareceu uma enorme quantidade de espécies de animais e plantas.

Um artigo publicado na edição desta segunda (27/4) do Journal of the Geological Society, um grupo internacional de pesquisadores descreve que a queda do asteróide teria ocorrido pelo menos 300 mil anos antes da extinção.

O estudo, feito a partir de análises em cortes de sedimentos rochosos, foi coordenado por uma das principais opositoras da teoria de que a extinção teria sido provocada pelo impacto, Gerta Keller, da Universidade Princeton, nos Estados Unidos.

“Keller e colegas continuam a reunir informações estratigráficas [ramo da geologia que estuda a sucessão das camadas ou estratos que aparecem num corte geológico] detalhadas que confirmam uma nova compreensão a respeito do impacto de Chicxulub e a extinção no fim do Cretáceo. Os dois eventos podem não ter qualquer relação”, disse Richard Lane, diretor da Divisão de Ciências da Terra da National Science Foundation (NSF), que apoiou o estudo.

“Verificamos que entre 4 e 9 metros de sedimentos foram depositados a cerca de 2 ou 3 centímetros a cada mil anos após o impacto. O nível da extinção em massa pode ser observado em sedimentos bem acima desse intervalo”, disse Gerta.

Defensores da teoria de Chicxulub apontam que a cratera e o evento de extinção aparecem distantes no registo sedimentar por conta de distúrbios provocados pelo terramoto ou por um tsunami resultante do impacto do asteróide.

“O problema com essa ideia é que o complexo de arenito não foi depositado por horas e dias, como seria o caso num tsunami, mas sim por um período muito longo”, disse Keller. O estudo verificou que os sedimentos que separam os dois eventos são caraterísticos de sedimentação normal, sem evidência de distúrbios estruturais.

Os cientistas também encontraram evidências de que o impacto de Chicxulub não teve o efeito dramático na diversidade de espécies tal qual se estimava. Em escavação na região de El Penon, o grupo encontrou registos de 52 espécies em sedimentos abaixo da camada do período do impacto e as mesmas 52 em sedimentos acima, ou mais recentes.

                “Não encontramos sinal de uma única espécie que foi extinta como resultado do impacto de Chicxulub”, afirmou Gerta.

A pesquisadora sugere que a extinção poderia ter sido causada por erupções vulcânicas massivas ocorridas na atual Índia. Os eventos teriam libertado enormes quantidades de gases e poeiras que poderiam ter bloqueado grande parte da luz solar e causado efeito de estufa de grande dimensão.

O artigo de Gerta Keller e outros pode ser lido por assinantes do Journal of the Geological Society em http://jgs.geoscienceworld.org.

Impacto (não) fulminante.

27/4/2009

Fonte: Agência FAPESP

 

Texto selecionado pelo prof. Marcelo

 





Excerto de um documentário da BBC sobre a extinção Permo-Triássica

28 11 2011

Clica na imagem para ver o vídeo





5 Minutos de Leitura

27 11 2011

5 Minutos de Leitura

Segunda-feira,  28 de novembro de 2011


 

Ser educador

            Há uma classe que tem que trabalhar e evoluir muito, que está quase diariamente em choque por causa dos avanços tecnológicos e que tem de lidar continuamente com material humano instável, heterogéneo, desmotivado, ou explosivo: os educadores.

            Com os homens nem os deuses podem, diziam os antigos. Com os jovens só podem os idealistas, os capazes, os entusiastas, os coerentes.

            É privilégio trabalhar com a juventude. É um rejuvenescer constante. Mas é também temeridade. Se é difícil ser pai, mais difícil é ser a síntese de muitos pais dentro e fora de uma sala de aula.

            Ser professor não é apenas transmitir conhecimentos frios e despidamente. É influir na vida. É ter não apenas alunos, mas discípulos. Os mestres, que a isso dedicam a sua vida, merecem agradecimento profundo de todos nós, não importando a idade que tenhamos.

            O homem moderno, que já nasce cercado de máquinas, tem cada vez mais a tendência de substituir o humano pelo mecânico. Para ele o importante é fazer, produzir, possuir. Pouco se interessa pelo ser, pelo melhor, pelo Absoluto. É ansioso e angustiado, alguém que perdeu a chave do apartamento. Quer chegar, mas não sabe bem aonde nem o que realmente busca.

            Preocupado mais em transformar o mundo externo que o interno, é problema constante em busca da solução. E a solução de hoje já não serve para amanhã. Porque há um mundo novo a explodir e a atropelar. Diante disso, são necessárias novas técnicas e novos esquemas.

            Que responsabilidade a do educador, que tem de ser hoje reinventado, face ao mundo novo que surge, mais fraterno e universal, mas também mais terreno e horizontal, massificador e desumano.

            Educar é mais importante que chegar à Lua. É ajudar o jovem a desenvolver-se. Mais que instruí-lo, é dar-lhe equilíbrio, confiança, maturidade e participação face ao mundo que se transforma e diversifica.

            A escola deve viver um processo integrado. Tem de abranger a família e a comunidade.

            Só com grande juventude de alma é que o mestre poderá educar. Sem fé e sem amor nenhuma ciência será suficiente. É preciso que tenha fé nas possibilidades do jovem, por mais rebelde que seja, e confiança, apesar dos fracassos e limitações.

O mundo jovem necessita muito mais de bondade e carinho, do que de ciência e técnica. Educar é sinal de fé, de amor, de compreensão.

(…)

António Bággio, in Tudo Transformar em Cada Amanhecer

Texto selecionado pela BE





Fado é Património Imaterial da Humanidade

27 11 2011

27 de novembro de 2011

O fado é Património Imaterial da Humanidade segundo decisão hoje tomada durante o VI Comité Intergovernamental da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O fado canta a vida e o destino de um povo há cerca de dois séculos, mas agora deixou de ser só nosso para ser de todos. Depois de várias horas de atraso, a candidatura do fado foi aceite pelo comitê de 24 delegados da UNESCO.

O antigo presidente da Câmara de Lisboa Pedro Santana Lopes lançou a ideia de candidatar o fado a Património Imaterial da Humanidade e escolheu os fadistas Mariza e Carlos do Carmo para embaixadores da candidatura.

A candidatura foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Municipal de Lisboa no dia 12 de maio de 2010 e apresentada publicamente na Assembleia Municipal, no dia 01 de junho, tendo sido aclamada por todas as bancadas partidárias.

No dia 28 de junho de 2010, foi apresentada ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e formalizada junto da Comissão Nacional da UNESCO. Em agosto desse ano, deu entrada na sede da organização, em Paris.

A candidatura portuguesa foi considerada como exemplar pelos peritos da UNESCO, tal como o Paraguai e Espanha.

In @SAPO c/ Lusa

Museu do Fado

Inaugurado em 1998, o Museu do Fado concentra os espólios de centenas de intérpretes, autores, compositores, músicos, construtores de instrumentos, estudiosos e investigadores, artistas profissionais e amadores, entre outras personalidades que marcaram a história do fado.

Aberto ao público de terça a domingo, o espaço tem entre a programação habitual a realização de exposições temporárias, edições próprias, seminários e workshops ou apresentações discográficas e editoriais. Tudo isto e, claro, um percurso pelos vários momentos que ajudaram a consolidar o género musical.

Por @Gonçalo Sá e Inês Alves





5 Minutos de Leitura

24 11 2011

5 Minutos de Leitura

Sexta-feira,  25 de novembro de 2011

 

Nova campanha do Banco Alimentar arranca em mais de 1.500 estabelecimentos comerciais e na Internet  , no próximo dia 26 e 27 de Novembro.

O Banco Alimentar Contra a Fome arranca com mais uma campanha de angariação de alimentos por 19 regiões do país e com a colaboração de quase 32 mil voluntários. Seja num supermercado ou num computador perto de si.

“Graças à sua ajuda há cada vez mais sorrisos” é o lema e a mensagem  da campanha, que decorre entre sábado e domingo nas regiões de Lisboa, Porto,  Coimbra, Évora, Aveiro, Abrantes, São Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima,  Oeste, Algarve, Portalegre, braga, Santarém, Viseu, Viana do Castelo, Terceira  e Beja.

A solidariedade sempre renovada dos portugueses volta a ser posta  à prova num momento de particular dificuldade e necessidade: nunca como  agora fez tanto sentido a ideia de que é possível fazer a diferença apenas  com um pequeno gesto”, diz o Banco Alimentar (BA) em comunicado.

A campanha deste ano traz a novidade de aliar as novas tecnologias  e os donativos podem ser feitos tanto numa superfície comercial como através  da página na Internet http://www.alimentestaideia.net, em que cada pessoa  pode escolher entre um conjunto de seis produtos básicos: leite, azeite,   óleo, atum, salsichas e açúcar.

A ajudar na campanha, o Banco Alimentar conta com 31.900 voluntários  “devidamente identificados que estarão à porta dos 1.560 estabelecimentos  comerciais a convidar os portugueses a associarem-se a uma causa que já  conhecem” e que, posteriormente recolhem, transportam e arrumam os alimentos  nos armazéns dos BA.

“O produto da campanha será distribuído localmente a pessoas com carências  alimentares comprovadas de 1.936 instituições de solidariedade social previamente  selecionadas e acompanhadas ao longo de todo o ano por voluntários visitadores”,  lê-se no comunicado.

Simultaneamente, decorre até 06 de junho a campanha “Ajuda Vale” em  todas as lojas das cadeias Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de  Açúcar, Lidl, Continente e Pingo Doce.

“Nestes estabelecimentos serão disponibilizados vales de produtos selecionados.  Cada cupão representa uma unidade de produto”, explica o BA.

Dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome  revelam que em 2010 foram apoiadas 1.936 instituições que “concederam ajuda  alimentar a mais de 319 mil pessoas comprovadamente carenciadas”.

“No ano passado, os 17 BA em atividade distribuíram um total de 26.567  toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior  a 37,7 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 106,2 toneladas  por dia útil”, acrescenta o BA.

Autor: Elisa Macedo

Texto selecionado pela BE





“Momentos” – Curta-metragem portuguesa

24 11 2011




Campanha do Banco Alimentar – 26 e 27 de novembro

24 11 2011





5 Minutos de Leitura

23 11 2011

5 Minutos de Leitura

Quinta-feira,  24 de novembro de 2011

 

 

            Bem-vindo. E parabéns. Ainda bem que chegou até aqui. Não foi fácil, eu sei. Para dizer a verdade, suspeito mesmo que terá sido um pouco mais difícil do que pensa.

            Em primeiro lugar, para que o leitor esteja aqui agora, foi preciso que triliões de átomos errantes tenham conseguido juntar-se, numa dança intrincada e misteriosamente coordenada, de forma a criá-lo a si. Trata-se de uma combinação tão única e especializada que nunca foi feita antes, e só vai existir desta vez. Durante muitos anos futuros (esperemos), estas partículas minúsculas irão dedicar-se sem qualquer queixume aos biliões de hábeis e articulados esforços necessários para o manter intacto e deixá-lo desfrutar da experiência supremamente agradável, mas geralmente subestimada, a que chamamos existência.

            A razão pela qual os átomos se dão a este trabalho não é lá muito clara. A nível atómico, ser o leitor não é propriamente compensador. Ou seja, apesar da atenção que lhe dedicam, os átomos não se preocupam consigo – na verdade, nem sequer sabem que você existe. Nem mesmo que eles próprios existem. Nada mais são do que partículas sem consciência, e nem sequer têm vida própria. (Não deixa de ser ligeiramente impressionante pensar que, se você tentasse dissecar-se a si próprio com uma pinça, átomo a átomo, nada mais iria conseguir do que um monte de fina poeira atómica, da qual nem um grão alguma vez tivera vida, mas que, toda junta, era você.) E, no entanto, durante todo o período da sua existência, a única preocupação dessas partículas será a de responder a um único impulso incontrolável: fazer com que vocês seja quem é.

            O lado menos bom da questão é que os átomos são inconstantes, e que o seu período de dedicação a uma causa é passageiro. Muito passageiro mesmo. Até uma longa vida humana não dura mais do que umas 650 mil horas. E quando este modesto marco é ultrapassado, ou por volta dessa altura, por razões desconhecidas os seus átomos vão dispersar um silêncio, para se tornarem noutras coisas. E é o fim da história para si.

Apesar  de tudo, já não é nada mau que assim seja. De um modo geral, o mesmo não acontece no universo, pelo menos que se saiba. O que não deixa de ser estranho, porque os átomos que com tão boa vontade e generosidade se agregam para formar os seres humanos aqui na Terra são exatamente os mesmos que se recusam a fazê-lo em todo e qualquer outro lugar. A vida pode ser muitas coisas, mas do ponto de vista químico, é curiosamente simples: carbono, hidrogénio, oxigénio e azoto, um pouco de cálcio, uma pitada de enxofre, uns pozinhos de outros elementos muito corriqueiros – nada que não possa encontrar numa farmácia normal – e pronto, não é preciso mais nada. A única característica especial dos átomos que o constituem a si, é o facto de o constituírem a si. E nisso consiste o milagre da vida.

(…)

Bill Bryson, in “Breve História de Quase Tudo”

 

Texto selecionado pela prof. Liberta Vieira





5 Minutos de Leitura

22 11 2011

5 Minutos de Leitura

Quarta-feira,  23 de novembro de 2011

 

Morte ao Meio-dia

No meu país não acontece nada
à terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
às casas com que o frio abre a praça

Dezembro vibra vidros brande as folhas
a brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul

que cobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente tem saúde e assistência cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
o único caminho é direito ao sol

No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
o fisco vela e a palavra era para toda a gente

E juntam-se na casa portuguesa
a saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
da velha lei mental pastilhas de mentol

O português paga calado cada prestação
Para banhos de sol nem casa se precisa
E cai-nos sobre os ombros quer a arma quer a sisa
e o colégio do ódio é a patriótica organização

Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspeção do rosto o próprio olhar nos arde
Nesta orla costeira qual de nós foi um dia menino?

Há neste mundo seres para quem
a vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe
atenta a gravidade do momento

O meu país é o que o mar não quer
é o pescador cuspido à praia à luz do dia
pois a areia cresceu e o povo em vão requer
curvado o que de fronte erguida já lhe pertencia

A minha terra é uma grande estrada
que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer

Ruy Belo

Texto selecionado pelo prof. Octávio Pinheiro