Quinta feira, 30 de outubro de 2014
Biblioteca do Vaticano
Regressados ao mundo cristão, na Alta Idade Média, as bilbliotecas refugiaram-se nos mosteiros e conventos. Aí, em humildes e húmidos “scriptoria”, os manuscritos eram conservados, lidos, copiados, traduzidos e ilustrados. A riqueza das bibliotecas dos mosteiros (uma coleção de 200 volumes era considerada uma grande biblioteca) dependia da presença de eruditos que, regra geral, se dedicavam também ao ensino – escolas monacais e conventuais – e da sua capacidade para pedirem emprestados manuscritos originais para copiar. Grandes bibliotecas como as de York, do Monte Cassino e Bobbio, embora tivessem estado sujeitas a perdas irreparáveis devidas a roedores, fogos acidentais e destruições de todo o tipo, desempenharam um papel notável na conservação da cultura antiga.
Depois do século X, outras bibliotecas cresceram paralelamente às dos mosteiros e conventos. Primeiro nas escolas catedrais e, a partir do século XII, nas inúmeras universidades que se constituíram na Europa.
O Renascimento marcou o declínio das bibliotecas de tipo monástico: as primeiras coleções particulares dos humanistas podem ser consideradas como o ponto de partida das bibliotecas modernas.
As bibliotecas proliferaram umas atrás das outras, a dos Estes em Ferrara, a de Federico da Montefeltro em Urbino, a Laurenziana dos Medici em Florença, ou a biblioteca do Vaticano, fundada em 1450 pelo papa Nicolau V (um milhão de volumes impressos, entre os quais cinco mil
incunábulos * e 60 mil manuscritos)
A biblioteca moderna, onde os livros estão principalmente para o uso do público, só chegou com a difusão da imprensa, no século XVI que, pela primeira vez, tornava possível a produção de livros em grandes quantidades e a preço mais reduzido. É neste contexto que se começam a constituir algumas grandes bibliotecas universitárias, como a Bodleiana em Oxford (uma das mais antigas da Grã-Bretanha, restaurada e reorganizada em 1598, por Thomas Bodley) . (…)
Os elementos que constituem esta página fazem parte de um trabalho realizado por Ângela Velho, Cristela Romão, José Miguel Pais e Zita Batoque no âmbito da cadeira de História e Filosofia da Educação no ano lectivo 2002/2003
* Incunábulo – Obra impressa antes do século XVI.
Texto selecionado pela BE
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