Sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Texto selecionado no âmbito da comemoração do mês internacional das Bibliotecas Escolares
Direitos do leitor
Segundo Daniel Pennac, escritor francês considerado um dos mais importantes autores de literatura francesa, existem dez direitos fundamentais que devemos permitir-nos como leitores.(…)
1- Direito a não ler
Se este direito não existisse, também não existiria o seu contrário, porque se trataria de uma
imposição, de um dever. Em todo o caso, um bom educador deveria proporcionar aos seus
alunos «os meios de julgar livremente se sentem ou não a necessidade de livros».
2- Direito a saltar páginas
Sempre será melhor do que renunciar à leitura de outras páginas que possam ter mais
interesse. Saltar partes de um livro que não nos atrai não nos deve parecer uma traição.
3- Direito a não terminar um livro
Qualquer motivo, por pequeno que seja, é suficiente para abandonar a leitura de um livro.
Haverão sempre outros livros à espera. É simplesmente uma questão de gostos.
4- Direito de reler
Reler pelo simples prazer de nos recriarmos naquilo que mais nos atraiu, pelo fato de nos
reencontrarmos com o que nos encantou e «nos encantarmos com o que permanece».
5- Direito a ler qualquer coisa
Primeiro, porque sobre gostos não há nada escrito e, em segundo lugar, porque apenas assim
terão critérios de seleção e serão capazes de proporcionar a si mesmos uma boa leitura e
recriar-se com ela.
6- Direito ao bovarismo
Baseia-se na personagem da Madame Bovary e consiste em permitir dar rédea solta às
sensações e sentimentos que surgem quando lemos, isto é, deixar que a imaginação brote,
que o coração se acelere e que se produzam até identificações com as personagens.
7- Direito a ler em qualquer lugar
8- Direito a folhear
A abrir um livro em qualquer página e « desaparecermos dentro dele um momento porque
apenas dispomos desse momento».
9- Direito a ler em voz alta
Para que as palavras revivam, pelo prazer de as ouvir ressoar, para identificar o sabor do seu
som, para lhes dar corpo.
10-Direito a calarmo-nos
A não dar opinião sobre o que lemos. A guardar silêncio para não se saber o que realmente
compreendemos ou o que nos escapou. A ficarmos com tudo ou talvez coisa nenhuma.
Texto selecionado e adaptado pela BE retirado de: http://www.baudoprofessor.com